Introdução
Desde o lançamento do Raspberry Pi, inúmeros clones surgiram, adotando o mesmo formato, desde o compacto Zero até o modelo 'full size' B. Entre esses, destacam-se o Radxa CM3 e o Pine64 SOQuartz, prometendo serem substitutos "drop-in" e compatíveis com o Raspberry Pi Compute Module 4. Entretanto, será que cumprem essa promessa? Vamos investigar.
Hardware e Especificações
Ambas as placas são tecnicamente compatíveis com os pinos do CM4, permitindo a inicialização em placas existentes. Essa compatibilidade é valiosa, especialmente quando a escassez do CM4 é uma realidade. No entanto, as semelhanças vão além: o Radxa CM3 apresenta um conector adicional, proporcionando recursos extras, como duas portas SATA, uma porta USB 3.0 adicional e pinos GPIO adicionais.
O processador RK3566, presente em ambas as placas, oferece extensões de criptografia ARMv8 e um acelerador de IA de 0,8 TOPS. Apesar de seus quatro núcleos Cortex A55 serem ligeiramente mais lentos que os A72 do CM4, outras vantagens surgem, tornando a comparação intrigante.
A Promessa x A Realidade
Após testar diversos dispositivos PCIe com o Compute Module 4, enfrentei desafios com drivers em algumas situações, como GPUs, controladores de armazenamento e o Coral TPU. O PCIe do chip do Pi mostra limitações, especialmente ao tentar conectar uma placa gráfica AMD Radeon RX 6700 XT.
A expectativa recai sobre o RK3566, esperando uma implementação PCIe mais robusta. Além disso, a abertura do bootloader e firmware dessas placas Rockchip contrasta com a reputação do Raspberry Pi quanto a hardware e software de código aberto.
O Problema
Contudo, surge um obstáculo significativo: a disparidade entre o hardware impressionante e a falta de refinamento no software, na documentação e na comunidade. Configurar essas placas para uso, mesmo para usuários familiarizados com SBCs, revela a falta de polimento no lado do software e documentação.
A robustez do Pi advém de uma empresa dedicada a testes, documentação e correções, aliada a uma comunidade ativa. Infelizmente, muitos clones enfrentam desafios semelhantes, e a experiência do usuário inicial fica comprometida.
Conclusão
Embora haja potencial, as alternativas ao Compute Module 4 ainda não atingiram o ponto ideal. O Radxa CM3 e o Pine64 SOQuartz oferecem opções compatíveis, mas esbarram em desafios de software, documentação e suporte comuns a muitos clones.
Para que essas alternativas se destaquem, é crucial que Radxa e Pine64 invistam tempo e recursos na melhoria do software e na documentação, especialmente visando a experiência do usuário inicial.
Em última análise, enquanto persisto na exploração do CM3 e SOQuartz, a jornada destaca a necessidade de refinamento nas facetas do software e documentação, um requisito vital para superar o gigante que é o Raspberry Pi Compute Module 4.
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